domingo, 13 de fevereiro de 2011

Coral 7

Em si o verso mudo se corrompe.
Nada é amanhã
que hoje não desperta.
Viva a imensidão se decompõe.
Lutando como o vento num deserto
- miragem, água, palmeiral disperso -
esvoaça, derruba, desfaz-se sobre o mar.
Em si o verso mudo se transforma.
Verso mudo que foi
é verso vivo,
flor de manhã, sol de meio-dia,
comunhão,
Vaga lacustre, calma e silenciosa,
manhã de primavera
possuída de verão.
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João Mattos e Silva (1972).

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